quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


Enfim, o bom senso na TVE
por Leudo Costa * (leudo@leudocosta.adv.br)
A decisão da governadora Yeda Crusius em determinar que seu secretário da Administração – o competente Elói Guimarães – retome o diálogo e as negociações com a direção da TV Brasil é uma notícia que deve ser comemorada e sorvida como um bom e bem preparado chimarrão. Fica claro que a Governadora avocou para si a decisão de aceitar a oferta da jornalista Teresa Cruvinel e usar as atuais instalações do Morro Santa Tereza, onde a TVE fez sua casa por 20 anos. A Governadora é inteligente e sábia, pois uma conta de mais de R$ 5 milhões para adaptar as novas instalações da TVE no Centro Administrativo beirava a insanidade. Qualquer técnico formado no Parobé sabe que os equipamentos atualmente usados pela TVE não suportariam o desmonte e uma nova emissora teria de ser adquirida. Aí, a conta passaria dos R$ 30 milhões. Mais, soube a Governadora num pequeno movimento se livrar de um aluguel de R$ 20 mil mensais, e a partir de agora passa a usar toda a estrutura do morro, de graça.
Não se pode deixar de reconhecer a capacidade e a tenacidade da presidente da TV Brasil, jornalista Teresa Cruvinel. Ela não se sentiu nem um pouco diminuída em visitar a Governadora Yeda e expressar o seu desejo de ver as duas emissoras operando em conjunto na praça de Porto Alegre.
São raras as pessoas que se interessam pelos destinos da Fundação Piratini TVE. É bom deixar claro que não integro seu Conselho Gestor, tampouco sou funcionário da estatal. No governo Collares, tive a honra de lá trabalhar por seis meses, quando a emissora era presidida pelo Bibo Nunes. Aprendi, nesse curto período, que a TVE é uma máquina poderosa. Sua posição na grade é invejável. O canal 7 fica no meio da sintonia. Passagem obrigatória para os usuários do controle remoto. Mas não é só isso: basta que a TVE coloque no ar uma programação de qualidade que a pressão externa aumenta numa velocidade e crueldade injustificada. Os donos de programas comprados nos outros canais se sentem ameaçados. Encontram qualquer episódio para enfraquecer quem está no comando da emissora. Criam crises e factóides que não existem. Correm em direção do Palácio Piratini pressionar para que a programação concorrente seja abortada ou retirada do ar. Todos os leitores sabem do que estou falando e de quem estou falando.
No governo Yeda não foi diferente. Os mágicos eternos titulares dos CCs da TVE urdiram crises o tempo todo. A secretária da Cultura, a quem a Fundação sempre foi ligada, não teve vez nem voz na indicação de seus dirigentes.
Agora, parece que uma longínqua estrela veio a iluminar a decisão do Governo do Estado. O bom senso está de volta. A TVE fica de onde nunca saiu. O artigo que escrevi, A TVE e seus prédios, falou por si só.
* Leudo Costa é advogado e jornalista.

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